quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
quarta-feira, 2 de novembro de 2011
Infiéis.
As pessoas destroem seus sonhos, para começarem a acreditar nos delas. Acostume-se.
E quanto aos meus sonhos, posso apenas dizer que os perdi, para pessoas que ser quer me conhecem bem. É sempre assim: Você as conhece, conta-lhe coisas sobre sua vida, confia ... e depois, é rapidamente traído. É uma velha rotina: Você nasce e começa a ter coleguinhas na escola. Depois, começa a conhecer várias pessoas na adolescência e deposita nelas suas dores e alegrias, confia como se fosse a última do mundo, da apoio nas horas difíceis, sai pra baladas e barzinhos e na primeira oportunidade, matam-nos com um veneno curto, mas eficiente.
Nos encantados sorrisos das pessoas, elas escondem os mais diversos pecados carnais. Pessoas traem e não se importam com o sentimento de outras.
Um conselho: Se puder acreditar em demônios, acredite. Eles os leva para o inferno com uma rosa e depois faz você queimar e virar cinzas. As pessoas, oferecem-lhe borboletas para então cortarem suas asas e deixa-las sofrendo, tentando voar. Mas a grande diferença, é que as pessoas dizem amar e demônios, não.
Alisson Campos. (@alisoncammpos)
sexta-feira, 14 de outubro de 2011
Ao moço bonito.
Deve ser por isso que nascemos com pernas para correr e não com asas para voar. Estamos mesmo fadados a permanecer com os pés nos chão, não é mesmo? É, eu sempre soube.
Moço, também ando um pouco triste, desanimada e desorientada. Algum tempo atrás eu achava que tudo poderia ser superado com um sorriso e com otimismo. Não era fácil, mas eu estava decidida a continuar assim.
Ah, moço, a vida é tão injusta. Parece que o seu objetivo é nos derrubar para ver quem consegue se levantar. Quem se levantar ganha 10 pontos e assim segue o jogo. Ainda não encontrei nenhum vencedor, o que me deixa ainda mais preocupada.
Muita coisa anda acontecendo e eu não consigo acompanhar com tanta facilidade. Desisti de muitas coisas e agora estou presa à outras que me deixam assim, inquieta e preocupada. Será que meu caso é sério, moço?
É normal se sentir tão ruim assim? É normal se sentir privada de correr atrás daquilo que nos faz bem ou daquilo que irá nos curar? Tô precisando de uma resposta, moço, mas ninguém parece saber.
A boa noticia é que eu ainda tenho fé. E ela continua forte. Assim como cada ideia bonita que acaba me roubando um sorriso. Todo mundo parece ter uma opinião e nem sempre são positivas. Nem sempre conseguem me confortar, por isso ando esperando alguma coisa da vida, mas ela insiste em querer fazer surpresa.
Tenho uma mania desgraçada de deixar as coisas como são, quando é preciso fazer de tudo para mudar. Ah, moço, eu apenas estou cansada. Estou cansada de esperar, cansada de querer, cansada de entender.
Acho que estou meio doente emocionalmente. Espero que não seja contagioso ou fatal.
O que eu mais quero mesmo é viver uma coisa de cada vez, sem essa pressa que todo mundo cria em cima de mim. Eu não sei como é que tanto eu transborda. Não é possível que caiba tanto eu aqui fora.
De todas as coisas, só quero saber umazinha, moço. Quando foi que nos tornamos tão desinteressados? Todo mundo se perde, eu sei, mas isso já virou rotina. Minha rotina.
A verdade, moço, é que não sabemos, não entendemos, não descobriremos nunca a razão de irmos do céu para o inferno em questão de segundos.
Para simplificar. Quero palavras para acalmar.
- Yasmin Back.
terça-feira, 4 de outubro de 2011
Apenas um sonho
sábado, 1 de outubro de 2011
Entristecidamente só.
sexta-feira, 30 de setembro de 2011
Porque?
quinta-feira, 29 de setembro de 2011
Vire a página.
O caderno nos ensina que erros não precisam ser fontes de castigos. Erros podem ser fontes de virtudes. Na vida é a mesma coisa, o erro tem que estar a serviço do aprendizado, ele não tem que ser fonte de culpas, de vergonhas, nenhum ser humano pode ser verdadeiramente grande, sem que seja capaz de reconhecer os erros que cometeu na vida. Uma coisa é a gente se arrepender do que fez, outra coisa é a gente se sentir culpado. Culpas nos paralisam, arrependimentos não, eles nos lançam pra frente e nos ajudam a corrigir os erros cometidos.
Deus é semelhante ao caderno, ele nos permite os erros para que a gente aprenda a fazer do jeito certo. Você tem errado muito? Não importa, aceite de Deus esta nova página de vida, que tem o nome de "hoje", recorde-se das lições do seu primeiro caderno. Quando os erros são demais, vire a página. Padre Fábio de Melo.
Simplesmente, eu amo esse texto. É muito perfeito. Muito real. E é ótimo para todos refletirem!
terça-feira, 27 de setembro de 2011
Nova ideia...
quarta-feira, 14 de setembro de 2011
Revivendo um sonho
Me via insensato, com riscas sujas na mente, com poucas palavras macias.
De certo eu havia me transformado em um adorador de palcos. Me preenchia com forças inexistentes e acreditava que só tua alma seria minha compreensão.
Vivíamos um amor platónico, casto, onde á cada dia um provava ao outro que era possível sim, ser feliz de verdade.
Você escutava o mais profundo dos meus silêncios, participava das minhas mais chatas ideias, me ensinava o prazer da vida. Todas as manhãs era você quem me fazia sorrir com palhaçadas nativas, era sempre você quem me dizia palavras simples que me faziam refletir. Nas tardes de domingo brincávamos de ser criança e como em um toque de pura magia, voltávamos a inocência.
Você me deixava sentir sua falta pra que quando nos víssemos, pudéssemos nos amar mais do que o normal.
Você não deixava minha visão se turvar, e perseguia minha esperança quando eu pensava em desistir da vitória que eu sempre tinha, depois das dores.
Você se fazia forte pra sustentar minhas fraquezas, se derramava para dizer que precisava de mim.
Tuas frases mal ditas, seus passos em falso não me deixavam frustrado. Era necessário errar, pra poder aprender.
Me encontrei revivendo momentos que definem hoje minha personalidade, e que foram fundamentais pro meu crescimento. E na realidade ainda não cresci.
Sou uma criança confiante, que se lança nos braços de uma multidão acreditando que serão fortes o suficiente para me sustentar. Aquela criança que reconhece o peito da mãe e por isso chora ao lhe darem a mamadeira. Aquela criança que cai, levanta, e de pouco em pouco vai caminhando de encontro a pessoa que a chama de bebê.
As vezes me inibo a expor minhas chagas, para não envolver os que tentam me trazer incontáveis grandezas.
Sou este homem hoje. Que joga acontecimentos ao vento, por não poder supotar suas consequencias. Virei um cara pobre, depravado.
Mas um grande amor não se acaba desta forma, com constantes saudades.
Peço que volte e me faça gente novamente, que procure me olhar, mesmo que eu não possa lhe ver, lhe tocar ..
Peço que coloque suas mãos nas minhas e as esquente com seu inconfundível calor.
Peço pra que me deixe sem amor, pra que todos os meus sentimentos sejam por suas fotos e por suas lembranças ...
E quando eu me calar de vez, vamos reviver o nosso antigo sonho, o qual faleceu contigo a alguns anos, enterrado a alguns palmos do chão, com ramos de flores, seus principais apegos, e algumas vidas que lhes foram entregues. Ai sim, eu reviverei uma felicidade que a algum tempo, vem sendo morta.
Alisson Campos. - @alison_campos
segunda-feira, 12 de setembro de 2011
- O Pequeno Príncipe |
quarta-feira, 31 de agosto de 2011
sexta-feira, 26 de agosto de 2011
“Eu acredito em experiências. Acredito em erros e acertos. E acredito que o erro seja o pai dos acertos. Acredito nas lições, e no que de bom podemos tirar de cada uma delas. É como escrever um livro, você vai juntando as palavras e quando vê está tudo completo. Acredito que seja assim na vida também. Você tem que juntar as pessoas, os sentimentos, as verdades e até as mentiras, e colocar tudo no papel, completar aquilo que falta, tirar aquilo que sobra e ser feliz com aquilo que restar. Não adianta deixar as pessoas nos cargos errados, você tem que ver o que cada uma faz de melhor por você, e o que cada sentimento determina pra cada uma. É complicado, pode ser rápido, pode levar muito tempo, como pode também nunca acontecer. Depende de como você encara a vida. Erre, mas não deixe de acertar. Pense, mas não deixe de arriscar. O inesperado é sempre mais inacreditável e belo. Rabisque, mas não deixe de consertar. Apague, mas não deixe de escrever. Viva, mas não esqueça de sorrir!”
- Isadora Markus.
quarta-feira, 24 de agosto de 2011
O tempo que temos, se estamos atentos, será sempre exato.
Extremos da Paixão
Não compreendo como querer o outro possa tornar-se mais forte do que querer a si próprio. Não compreendo como querer o outro possa pintar como saída de nossa solidão fatal. Mentira: compreendo, sim. Mesmo consciente de que nasci sozinho do útero de minha mãe, berrando de pavor para o mundo insano, e que embarcarei sozinho num caixão rumo a sei lá o quê, além do pó. O que ou quem cruzo esses dois portos gelados da solidão é vera viagem: véu de maya, ilusão, passatempo. E exigimos o eterno do perecível, loucos.
Ah, fumarás demais, beberás em excesso, aborrecerás todos os amigos com tuas histórias desesperadas, noites e noites a fio permanecerás insone, a fantasia desenfreada e o sexo em brasa, dormirás dias adentro, noites afora, faltarás ao trabalho, escreverás cartas que não serão nunca enviadas, consultarás búzios, números, cartas e astros, pensarás em fugas e suicídios em cada minuto de cada novo dia, chorarás desamparado atravessando madrugadas em tua cama vazia, não consegurás sorrir nem caminhar alheio pelas ruas sem descobrires em algum jeito alheio o jeito exato dele, em algum cheiro estranho o cheiro preciso dele. (…)
Claro que você não tem culpa, coração, caímos exatamente na mesma ratoeira, a única diferença é que você pensa que pode escapar, e eu quero chafurdar na dor deste ferro enfiado fundo na minha garganta seca que só umedece com vodca, me passa o cigarro, não, não estou desesperada, não mais do que sempre estive.
Mas não se preocupe, não vou tomar nenhuma medida drástica, a não ser continuar, tem coisa mais autodestrutiva do que insistir sem fé nenhuma? Ah, passa devagar a tua mão na minha cabeça, toca meu coração com teus dedos frios, eu tive tanto amor um dia, ela pára e pede, preciso tanto tanto tanto, cara, eles não me permitiram ser a coisa boa que eu era.
Eu quis tanto ser a tua paz, quis tanto que você fosse o meu encontro. Quis tanto dar, tanto receber. Quis precisar, sem exigências. E sem solicitações, aceitar o que me era dado. Sem ir além, compreende? Não queria pedir mais do que você tinha, assim como eu não daria mais do que dispunha, por limitação humana. Mas o que tinha, era seu.
Chegue bem perto de mim. Me olhe, me toque, me diga qualquer coisa ou não diga nada, mas chegue mais perto. Não seja idiota, não deixe isso se perder, virar poeira, virar nada.
E amar muito, quando é permitido, deveria modificar uma vida – reconheceu, compenetrado. Como uma ideologia, como uma geografia: palmilhar cada vez mais fundo todos os milímetros de outro corpo, e no território conquistado hastear uma bandeira.
Não vou perguntar porque você voltou, acho que nem mesmo você sabe… Eu também não queria perguntar, pensei que só no silêncio fosse possível construir uma compreensão, mas não é, sei que não é, você também sabe, pelo menos por enquanto, talvez não se tenha ainda atingido o ponto em que um silêncio basta? É preciso encher o vazio de palavras, ainda que seja tudo incompreensão? Só vou perguntar porque você se foi, se sabia que haveria uma distância, e que na distância a gente perde ou esquece tudo aquilo que construiu junto. E esquece sabendo que está esquecendo…
De todos aqueles dias seguintes, só guardei três gostos na boca – de vodca, de lágrima e de café. O de vodca, sem água nem limão ou suco de laranja, vodca pura, transparente, meio viscosa, durante as noites em que chegava em casa e, sem Ana, sentava no sofá para beber no último copo de cristal que sobrara de uma briga. O gosto de lágrimas chegava nas madrugadas, quando conseguia me arrastar da sala para o quarto e me jogava na cama grande, sem Ana, cujos lençóis não troquei durante muito tempo porque ainda guardavam o cheiro dela, e então me batia e gemia arranhando as paredes com as unhas, abraçava os travesseiros como se fossem o corpo dela, e chorava e chorava e chorava até dormir sonos de pedra sem sonhos.
Andei pensando coisas. O que é raro, dirão os irônicos. Ou “o que foi?” – perguntariam os complacentes. Para estes últimos, quem sabe, escrevo. E repito: andei pensando coisas sobre amor, essa palavra sagrada. O que mais me deteve, do que pensei, era assim: a perda do amor é igual à perda da morte. Só que dói mais. Quando morre alguém que você ama, você se dói inteiro (a)- mas a morte é inevitável, portanto normal. Quando você perde alguém que você ama, e esse amor – essa pessoa – continua vivo (a), há então uma morte anormal
Ando meio fatigado de procuras inúteis e sedes afetivas insaciáveis.
Meu coração tá ferido de amar errado.
Acho espantoso viver, acumular memórias, afetos.
É preciso estar distraído e não esperando absolutamente nada. Não há nada a ser esperado. Nem desesperado.
Tô exausto de construir e demolir fantasias. Não quero me encantar com ninguém.
Ah, então foi pra ele que eu dei meu coração e tanto sofri? Amor é falta de QI, tenho cada vez mais certeza.
Caio Fernando Abreu.
quarta-feira, 17 de agosto de 2011
Solução? A morte.
O que vira era demais para a sua cabeça de treze anos, era demais para sua pouca experiência de vida. Por que ele me prometeu tanto amor, sendo que não sabia se iria cumprir? Ele realmente não se importava com quaisquer que sejam os sentimentos que finalmente haviam se aflorado. Ela que nunca conhecera o amor, nunca entendera o que seria isso, que nunca acreditara. Justo ela, que não sabia se realmente existia. Por que logo no primeiro veio toda essa decepção? É para não acreditar que existe esse tal de amor mesmo. Estava sofrendo muito com aquela partida, mas sabia que tudo aquilo não iria adiantar. Em meio a todos aqueles pensamentos, lágrimas começaram a surgir... Não aguentava ficar muito tempo pensando sem chorar. Toda manhã, sempre ao acordar, esperava ansiosamente a noite para poder dormir, porque era só o que conseguia. Não comia, não saía, não conversava, não bebia sequer um copo de água, não queria os amigos por perto, não estudava como antes, a vida havia acabado ali.
Todos diziam para esquecer, mas nada que ouvia funcionava. Talvez se ele conhecesse metade do que eu realmente era, ele teria se importado comigo. Iria fazer o máximo de esforço para ele ter orgulho de dizer com quem está, mostrar para todos os seus amigos, para toda a família. Todos gostavam do meu jeito, da minha personalidade... Ele demonstrava, mas não sentia. Ele disse, mas não era verdade. Como havia visto em um de seus livros: “Sinta primeiro, diga depois”. Por que acreditara tão facilmente naquelas palavras? Por mais lindas que elas tenham sido, por mais inteligentes que sejam e por mais que mostre sentimento que não havia, eram apenas palavras! Sempre foi.
“Eu te dei o meu amor e de nada lhe serviu. Porque prometeu tanto se não sabia se iria cumprir? Por que é que você gosta de me magoar? Por que mandava mensagens para mim no meio da noite dizendo apenas ‘estou pensando em você’? Você pretendia pelo menos um namoro comigo? Queria me fazer sofrer, é isso? Tudo bem, só acho que não devia ter feito todo esse teatro. Não vou ficar aqui escrevendo tudo sendo que você nem vai ligar. Se quiser responder, tarde demais. Eu vou embora, e nunca mais vou voltar. Nunca!”
sábado, 13 de agosto de 2011
Dor exaustiva
Logo em seguida, ajustou o cabelo bagunçado, deu uma rápida arrumadinha na blusa que havia amassado, colocou um sorriso no rosto, desviando as perguntas do porque aquela expressão de quem estava mal, e pronto, estava pronto para enfrentar as suas imperfeições, e aquele dia frio e de chuva intensa.
Saio pelas ruas, em busca de crescimento interior, pensando na sua vida medíocre.
Por trás daquelas gotas fortes da chuva, estavam escondidas as lágrimas que acumulavam cada parte do seu coração e que insistiam em encontrar seus pés.
Sou avulso diante ao mundo. Sou um menino que nasceu e hoje chora tentando traduzir os seus falsos sorrisos e expressões que herdou de sua história. Tudo o que tenho, é minha maldade, e meus simples arranjos, que costumo chamar de colegas. Se hoje choro, é por essa noite escura e fraca que agora reina sobre meu pilhar de palhaçadas que carrego em meus ombros.
Imperfeito sim. Sei que sou, e não nego.
Eu queria um lugar de abrigo, uma consciência leve, uma língua angelical, um abraço, um sorriso, uma solitária noite enquanto todos dormissem acordados.
Enquanto sua blusa se encharcava de desabafos, o garoto andava perante os raios e trovões, se abraçando para esquentar seu corpo. Mais a frente, ele encontra uma praça antiga, com árvores sem folhas, e com um banco sem reboque. Sentou-se, engolindo a seco a inconfiança que nele existia. Tirou um cigarro e um isqueiro do bolso, e o acendeu para matar a sede de felicidade que lhe matava afogado. Entregou todos os sonhos organizados a uma culpa imortal, sem dó nem piedade.
Me libertei hoje de meus conflitos e dos meus problemas, das metralhadas na hora do almoço, me livrei do: Hoje você só sai de casa, por cima do meu cadáver.
E realmente, por cima dos cadáveres foi que passei. Bati em meus pais, e sai de casa. Me embriaguei, e fumei todo tipo de droga. Deixei a vida de lado, e a essência da minha conduta.
Meus pais me perturbavam e não se contia, que eu cresci, e que não sou mais aquele menino que quer tudo o que vê, e fala tudo o que ouve. E na verdade, ele não era mesmo. Por mais que me agradassem com beijos e histórinhas na hora de dormir, me davam tapas na cara com palavras ofensivas, é difícil apaga-las, são palavras cravadas em meu ego. Se estou nesta praça agora, exposto ao mundo, é porque busco fugir das loucuras de meus pais. Eles devem estar na minha ex-casa nesse momento, arrumando os móveis e enfeites quebrados enquanto me espancavam, por eu ter errado, e abusado da liberdade.
Por eu me amar, busquei o prazer e entreguei tudo o que havia em mim, para o álcool e as drogas. E hoje paguei por isso, paguei enquanto minha mãe e meu pai me desprezavam com palavras. Palavras que o machucavam inconformadamente.
Reconheço que abusei da boa vontade deles, mas isso não os da o direito de prender minha vida, ao controle autoritário que queriam ter sobre mim.
Pode até não parecer, mas este mal que há em mim, machuca meu coração.
Essa praça agora, açucarou meu doce e me faz esquecer, o que necessito lembrar.
Sei que preciso dos meus pais, só não sei se precisam de mim. Afinal se precisassem, me dariam o sorriso claro, e o abraço apertado que busquei no mundo.
Mas já que estou aqui nesta chuva, agora, vou me preocupar comigo, em me fazer feliz,
vou desprezar tudo o que me faz mal, e exaltarei tudo o que me faz crescer. E também, já que estou aqui nesta loucura, vou virar um louco, pra poder matar as pessoas com o amor, e esconder minhas fraquezas em uma roupa branca, onde a sujeira só chega, se ele se lançar em uma lama, ou em um lago sujo, com águas claras.
sexta-feira, 5 de agosto de 2011
Paula F. (@dearcliche)
quinta-feira, 4 de agosto de 2011
Eu quero crescer!
segunda-feira, 1 de agosto de 2011
Instabilidade.
sexta-feira, 29 de julho de 2011
Eterna dádiva
segunda-feira, 25 de julho de 2011
Recomeçar
(não é de Carlos Drummond de Andrade)
em que momento da vida você cansou...
o que importa é que sempre é possível e necessário
"Recomeçar".
é renovar as esperanças na vida e o mais importante...
acreditar em você de novo.
foi aprendizado...
foi limpeza da alma...
foi para perdoá-las um dia...
É por que fechaste a porta até para os anjos...
Era o início da tua melhora...
de encontrar prazer nas coisas simples de novo.
Um corte de cabelo arrojado... diferente?
Um novo curso... ou aquele velho desejo de aprender a
pintar... desenhar... dominar o computador...
ou qualquer outra coisa...
quanta coisa nova nesse mundão de meu Deus te esperando.
tem tanta gente que você afastou com
o seu "período de isolamento"...
tem tanta gente esperando apenas um sorriso teu
para "chegar" perto de você.
nem nós mesmos nos suportamos...
ficamos horríveis... o mal humor vai comendo nosso fígado...
até a boca fica amarga.
hoje é um bom dia para começar novos desafios.
Vá alto... sonhe alto... queira o melhor do melhor...
queira coisas boas para a vida...
pensando assim trazemos prá nós aquilo que desejamos...
Se pensamos pequeno... coisas pequenas teremos...
já se desejarmos fortemente o melhor e
principalmente lutarmos pelo melhor...
o melhor vai se instalar na nossa vida.
jogar fora tudo que te prende ao passado...
ao mundinho de coisas tristes...
fotos... peças de roupa, papel de bala...
ingressos de cinema... bilhetes de viagens...
e toda aquela tranqueira que guardamos
quando nos julgamos apaixonados...
jogue tudo fora... mas principalmente...
esvazie seu coração... fique pronto para a vida...
para um novo amor...
Lembre-se somos apaixonáveis...
somos sempre capazes de amar muitas
e muitas vezes... afinal de contas...
Nós somos o "Amor"...
sábado, 16 de julho de 2011
Querida Angústia.
Ela realmente sabia me fazer refletir. Eu havia chegado no meu limite. Joguei a minha vida pela janela e nunca mais consegui recuperar toda a felicidade que eu podia ter recebido. Eu tive tempo pra tudo e coisas banais fizeram com que eu permanecesse no nada. Parei de acreditar em mim a partir do momento em que alguém me criticou. Fui fraco e a vida forte demais. E a Angústica foi o que restou. Dopado por cafeína, ficava esperando ela vir me visitar. Abria as portas, se acomodava e não tinha hora para ir embora. Ficava ali, lembrando-me das coisas que eu poderia ter feito e de quem eu podia ter me tornado.
— Você sempre foi único nesse palco da existência. No seu espetáculo, o protagonista era você. Pena não conseguir aproveitar isso e ter deixado que a cortina se fechasse, sem plateia, sem aplausos.
A Angústia realmente me conhecia, e após dizer tudo o que queria, ela ia embora. Provavelmente perturbar outro tolo que deixou a vida de lado para se entupir de cafeína. E eu ficava ali, jogado no sofá, absorvendo todas aquelas palavras mais uma vez. Palavras que como uma dose de café, desciam queimando-me por dentro e presentavam-me com mais algumas noites de insônia.
Eu poderia ter sido melhor se não tivesse deixado de acreditar em mim e nos meus sonhos. Assim, eu não precisaria da Angústia para me trazer um pacote de nostalgia e lembrar-me todo dia de como fui tolo ao "não ligar mais para nada".
- Karla reis. (blanketofwords.blogspot.com)
quarta-feira, 13 de julho de 2011
Uma senhora sábia
"Prazer, meu nome é Maria, tenho 65 anos. Tenho 4 filhos e criei todos com muito amor e carinho. Meu marido faleceu há alguns anos e a partir disso venho seguindo minha vida e, mesmo estando difícil, estou seguindo. Já tive a honra de ter 7 netos, todos muito bonitos por ventura.
Tenho inúmeros problemas de saúde, diabetes, problemas na perna e com minha pressão. Há algum tempo, todas essas doenças vieram se agravando e me deixando cada vez mais adoecida.
Durante toda minha vida, fiquei dividida entre a dificuldade e a felicidade. Passei por muitas situações financeiras nada agradáveis, por ter me mudado bem longe da casa de meus pais, para construir minha própria família.
Escrevo no verso desta folha para relembrar entes queridos um pouco de minha história, e dizer que contribuíram muito na minha batalha com a vida. Aproveito para dizer a todos vocês também, tamanha gratidão que há em meu peito por cada neto, filho, primo, tio, amigo e conhecido.
Que ao pegarem esta folha, sintam um pouco de meu amor e um pouco de minha presença.
Peço a você também, que está lendo isto, que não chore, pelo contrário, alegre-se, um caminhão cheio de surpresas espera por você lá fora. Se sentir saudade, pegue o frasco do meu perfume predileto e inale um pouco do que restou de mim. Se quiser chorar, vá até onde eu estarei morando e procure por Maria Guedes da Silva, depois, sente-se ao meu lado e chore, pois mandarei o vento secar suas lágrimas como forma de lhe consolar. E quanto a roupa que usarei diante de todos, não se preocupe, elas já não pertencem mais a mim.
Vou terminando aqui. Ah, já ia me esquecendo, desculpa se causei dor, ou magoei algum coração, peço-vos que me perdoe pois não era minha intenção. Bom, agora vou, estou fraca e cansada, mas por favor não se esqueçam filhos, me amem, pois preciso ser amada para continuar viva em suas lembranças."
- Achei isto escrito no verso da folha da ficha médica de sua mãe! - Diz o médio a um dos filhos de Maria. O rapaz depois de ler, deixa uma lágrima cair e diz:
- Mas ela não disse o que eu deveria fazer se quisesse sentir seu abraço ...
O rapaz entra em desespero, e vai até o quarto do hospital em que sua mãe se encontra. Ao chegar lá, ele coloca a ficha médica no peito de sua mãe, e chora inconformadamente, ao receber a notícia do seu falecimento. Após isto, ele encontra um outro papelzinho na mão de sua falecida mãe, que dizia:
"Desculpe, mas aquela folha não foi suficiente...E por último, se quiser me abraçar, traga em sua memória os sorrisos que já lhe proporcionei, e da mesma forma, sorria, que eu estarei pegando em suas mãos e lhe abraçando. Através deste abraço, vou estar transmitindo a você toda força e positividade que acumulo em mim há anos, por você nunca ter meu abraço. Mas meu amor por você é realmente infinito, é amor de mãe.. o mais sábio, o mais sincero e ao mesmo tempo, o mais doloroso! Um beijo com amor, de sua eterna mãe."
Alisson Campos.
Lembra de mim?
segunda-feira, 11 de julho de 2011
Vida
sábado, 9 de julho de 2011
O que ficou..
Caio Fernando Abreu.
Nossa, quanto tempo que eu não posto aqui... Mas enfim, a professora Simone falou que nosso blog pode contribuir muito para nosso conhecimento. E, por isso, resolvi postar esse texto aqui. Espero que gostem.
Depois de algum tempo, você aprende a diferença, a sutil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. E começa a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas. E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.
(William Shakespeare).
O que faz o medo!
Num país em guerra havia um rei que causava espanto. Sempre que fazia prisioneiros, não os matava: levava-os a uma sala onde havia um grupo de arqueiros de um lado e uma imensa porta de ferro do outro, sobre qual viam-se gravadas figuras de caveiras cobertas de sangue.
Nesta sala ele os fazia enfileirar-se em círculo e dizia-lhes, então:
-Vocês podem escolher entre morrerem flechados por meus arquieiros ou passarem por aquela porta e por mim serem lá trancados.
Todos escolhiam serem mortos pelos arquieiros.
Ao terminar a guerra, um soldado que por muito tempo servira o rei dirigiu-se ao soberano:
- Senhor, posso lhe fazer uma pergunta?
- Diga, soldado.
- O que havia por detrás da assustadora porta?
- Vá e veja você mesmo.
O soldado, então, abre vagarosamente a porta, e à medida que o faz, raios de sol vão adentrando e clareando o ambiente...
E finalmente ele descobre, surpreso, que a porta se abria sobre um caminho que conduzia a liberdade! - Eu dava a eles a escolha, mas preferiam morrer a arriscar-se a abrir esta porta.
- Autor desconhecido.
Beijos!
A última crônica.
Eu e minha sala estudamos crônicas poéticas, e fomos divididos em grupos para pesquisar sobre alguns autores. Um deles foi Fernando Sabino, um escritor excelente que por incrível que pareça nasceu no dia 12 de outubro de 1993 (Dia das crianças) e morreu um dia antes do seu aniversário em 2004. O grupo que pesquisou sobre o autor leu esta crônica e eu achei muito linda. Espero que gostem também!
“A caminho de casa, entro num botequim da Gávea para tomar um café junto ao balcão. Na realidade estou adiando o momento de escrever. A perspectiva me assusta. Gostaria de estar inspirado, de coroar com êxito mais um ano nesta busca do pitoresco ou do irrisório no cotidiano de cada um. Eu pretendia apenas recolher da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano, fruto da convivência, que a faz mais digna de ser vivida. Visava ao circunstancial, ao episódico. Nesta perseguição do acidental, quer num flagrante de esquina, quer nas palavras de uma criança ou num acidente doméstico, torno-me simples espectador e perco a noção do essencial. Sem mais nada para contar, curvo a cabeça e tomo meu café, enquanto o verso do poeta se repete na lembrança: "assim eu quereria o meu último poema". Não sou poeta e estou sem assunto. Lanço então um último olhar fora de mim, onde vivem os assuntos que merecem uma crônica.
Ao fundo do botequim um casal de pretos acaba de sentar-se, numa das últimas mesas de mármore ao longo da parede de espelhos. A compostura da humildade, na contenção de gestos e palavras, deixa-se acrescentar pela presença de uma negrinha de seus três anos, laço na cabeça, toda arrumadinha no vestido pobre, que se instalou também à mesa: mal ousa balançar as perninhas curtas ou correr os olhos grandes de curiosidade ao redor. Três seres esquivos que compõem em torno à mesa a instituição tradicional da família, célula da sociedade. Vejo, porém, que se preparam para algo mais que matar a fome.
Passo a observá-los. O pai, depois de contar o dinheiro que discretamente retirou do bolso, aborda o garçom, inclinando-se para trás na cadeira, e aponta no balcão um pedaço de bolo sob a redoma. A mãe limita-se a ficar olhando imóvel, vagamente ansiosa, como se aguardasse a aprovação do garçom. Este ouve, concentrado, o pedido do homem e depois se afasta para atendê-lo. A mulher suspira, olhando para os lados, a reassegurar-se da naturalidade de sua presença ali. A meu lado o garçom encaminha a ordem do freguês. O homem atrás do balcão apanha a porção do bolo com a mão, larga-o no pratinho - um bolo simples, amarelo-escuro, apenas uma pequena fatia triangular. A negrinha, contida na sua expectativa, olha a garrafa de Coca-Cola e o pratinho que o garçom deixou à sua frente. Por que não começa a comer? Vejo que os três, pai, mãe e filha, obedecem em torno à mesa um discreto ritual. A mãe remexe na bolsa de plástico preto e brilhante, retira qualquer coisa. O pai se mune de uma caixa de fósforos, e espera. A filha aguarda também, atenta como um animalzinho. Ninguém mais os observa além de mim.
São três velinhas brancas, minúsculas, que a mãe espeta caprichosamente na fatia do bolo. E enquanto ela serve a Coca-Cola, o pai risca o fósforo e acende as velas. Como a um gesto ensaiado, a menininha repousa o queixo no mármore e sopra com força, apagando as chamas. Imediatamente põe-se a bater palmas, muito compenetrada, cantando num balbucio, a que os pais se juntam, discretos: "Parabéns pra você, parabéns pra você..." Depois a mãe recolhe as velas, torna a guardá-las na bolsa. A negrinha agarra finalmente o bolo com as duas mãos sôfregas e põe-se a comê-lo. A mulher está olhando para ela com ternura - ajeita-lhe a fitinha no cabelo crespo, limpa o farelo de bolo que lhe cai ao colo. O pai corre os olhos pelo botequim, satisfeito, como a se convencer intimamente do sucesso da celebração. Dá comigo de súbito, a observá-lo, nossos olhos se encontram, ele se perturba, constrangido - vacila, ameaça abaixar a cabeça, mas acaba sustentando o olhar e enfim se abre num sorriso.
Assim eu quereria minha última crônica: que fosse pura como esse sorriso.”
- Fernando Sabino.
