sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Porque?

            Era tarde de sábado, nós dois descemos a praia como de costume todos os fins de semana. Ficamos lá até madrugada, a gente correu uma atrás do outro pisando na beira do mar e sentindo aquela aguinha gelada batendo em nossos pés. Você lembra desse dia? A gente riu tanto, faltou-me ar, era tanta felicidade.   

            Eu estava com você, isso bastava, isso era o que importava! Ficamos até madrugada caminhando juntos, jantamos em um restaurante bem próximo a praia. Deitamos na areia, observamos a lua, ah... Como ela estava encantadora. Ficamos olhando as estrelas, uma mais brilhante que a outra. Você lembra que zoou-me por ter apontado uma? “Vai nascer uma verruga no seu nariz, você vai ver. Não pode apontar, sua boba!” Essas foram as suas palavras, e olha, admito que me deixou um pouco com medo.

            Por volta de umas duas da manhã fomos para meu apartamento, lembra? A gente tomou um banho juntos, você fez cocegas em mim até me deixar sem ar. Eu bati em você, fiz manha como uma garotinha mimada. A gente se abraçou, e enfim nos beijamos. Por mais que eu te beijasse sempre, aquilo nunca me cansava, te sentir nunca era demais para mim!  

            Lentamente deitamos na cama, você foi carinhoso como todos os dias que estávamos juntos. Fez eu me sentir amada, fez eu me sentir desejada. Você disse que eu era sua, com todas as letras, eu me lembro perfeitamente desse momento, sem esquecer de nenhum detalhe. O clima esquentou, o como sempre tivemos a nossa noite de amor linda, mágica! Eu adormeci, e quando acordei você não estava lá. Eu procurei por algum bilhete, algum “eu já volto, meu amor” Não, não havia nada. Eu me preocupei, liguei várias vezes para você, e porque não me atendeu? Você esqueceu da tarde de sábado linda que tivemos juntos? E da madrugada de domingo? Das palavras lindas que me dissera? Você esqueceu? Como pode jogar fora todo aquele encanto que você tanto dizia ter? Eu juro que te esperei. Toda manhã de domingo acordávamos juntos, porque aquela tinha que ser diferente? O que eu tinha feito de errado? Não, eu não queria que você fosse. Sua falta doeu, sabia? Parecia que uma parte minha havia sigo retirada. Eu cheguei a pensar que tivesse acontecido algo com você, mas porque você não atendeu as minhas ligações? Lembra que depois de uma semana você me viu rua? Lembra que eu boba abri um sorriso gigante para você? Eu esperava outro em troca, sabia? Você mudou de calçada, aquilo foi o fim para mim!

            Cansaram de me avisar, eu boba acreditei em você, confiei nas suas lindas palavras, deixei-me levar. Eu ainda não consigo entender o porque, não há motivos, porque ficou tanto tempo comigo e decidiu ir embora assim do nada? E não há uma explicação, não é? Você também não sabe, ou sabe? Você apenas foi embora, como sempre, como todos os outros. Porque não quis ser "o diferente"? Eu te dei oportunidade para isso, não é mesmo? O que custava deixar um bilhete? Pelo menos para eu ter certeza que esteve alí, não precisava ir assim, não precisava levar um pedaço de mim junto com você, não... Não havia necessidade para isso, mas você levou, não é mesmo? Você levou e me deixou pela metade, apenas com uma pergunta: “Porque?”

- Thaís Monteiro. (@_thaismonteiro)

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