quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Revivendo um sonho

Me peguei imaginando o céu sem as suas estrelas, os peixes sem as águas, os vivos sem os mortos, as pessoas sem seus clichés, sem suas fantasias.
Me via insensato, com riscas sujas na mente, com poucas palavras macias.
De certo eu havia me transformado em um adorador de palcos. Me preenchia com forças inexistentes e acreditava que só tua alma seria minha compreensão.
Vivíamos um amor platónico, casto, onde á cada dia um provava ao outro que era possível sim, ser feliz de verdade.
Você escutava o mais profundo dos meus silêncios, participava das minhas mais chatas ideias, me ensinava o prazer da vida. Todas as manhãs era você quem me fazia sorrir com palhaçadas nativas, era sempre você quem me dizia palavras simples que me faziam refletir. Nas tardes de domingo brincávamos de ser criança e como em um toque de pura magia, voltávamos a inocência.
Você me deixava sentir sua falta pra que quando nos víssemos, pudéssemos nos amar mais do que o normal.
Você não deixava minha visão se turvar, e perseguia minha esperança quando eu pensava em desistir da vitória que eu sempre tinha, depois das dores.
Você se fazia forte pra sustentar minhas fraquezas, se derramava para dizer que precisava de mim.
Tuas frases mal ditas, seus passos em falso não me deixavam frustrado. Era necessário errar, pra poder aprender.
Me encontrei revivendo momentos que definem hoje minha personalidade, e que foram fundamentais pro meu crescimento. E na realidade ainda não cresci.
Sou uma criança confiante, que se lança nos braços de uma multidão acreditando que serão fortes o suficiente para me sustentar. Aquela criança que reconhece o peito da mãe e por isso chora ao lhe darem a mamadeira. Aquela criança que cai, levanta, e de pouco em pouco vai caminhando de encontro a pessoa que a chama de bebê.
As vezes me inibo a expor minhas chagas, para não envolver os que tentam me trazer incontáveis grandezas.
Sou este homem hoje. Que joga acontecimentos ao vento, por não poder supotar suas consequencias. Virei um cara pobre, depravado.
Mas um grande amor não se acaba desta forma, com constantes saudades.
Peço que volte e me faça gente novamente, que procure me olhar, mesmo que eu não possa lhe ver, lhe tocar ..
Peço que coloque suas mãos nas minhas e as esquente com seu inconfundível calor.
Peço pra que me deixe sem amor, pra que todos os meus sentimentos sejam por suas fotos e por suas lembranças ...
E quando eu me calar de vez, vamos reviver o nosso antigo sonho, o qual faleceu contigo a alguns anos, enterrado a alguns palmos do chão, com ramos de flores, seus principais apegos, e algumas vidas que lhes foram entregues. Ai sim, eu reviverei uma felicidade que a algum tempo, vem sendo morta.

Alisson Campos.    - @alison_campos

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